Deputado acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco tem seu mandato cassado
- sgoncaloemfoco
- 25 de abr.
- 2 min de leitura
O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, teve seu mandato cassado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados em 25 de abril de 2025. A justificativa: excesso de faltas. A verdade: uma manobra covarde para preservar seus direitos políticos e evitar o constrangimento de um julgamento ético e político no plenário.
Brazão está em prisão domiciliar desde março de 2025. Mesmo assim, o Congresso escolheu um caminho burocrático e silencioso para cassá-lo — baseado no artigo 55 da Constituição, que trata da ausência em sessões legislativas — ao invés de enfrentá-lo de frente com um processo por quebra de decoro parlamentar. O resultado é vergonhoso: mesmo acusado de arquitetar o assassinato de uma parlamentar eleita, Brazão continua elegível, livre para articular nos bastidores e até disputar eleições no futuro.
Esse episódio escancara a lógica perversa que rege o poder no Brasil: se você é rico, influente e bem relacionado, pode até ser mandante de um homicídio e, ainda assim, manter intactos seus direitos políticos. É a demonstração mais explícita de que o sistema não protege a democracia — protege os seus. A cassação por faltas foi um atalho vergonhoso, que poupou os colegas de Câmara do constrangimento de votar contra um dos seus.
Fica claro que os parlamentares têm medo de botar suas digitais em um processo contra esse político, que tem fama de ser perigoso contra pessoas que vão contra seus interesses.
Enquanto isso, a memória de Marielle Franco é violentada mais uma vez. A impunidade política de Brazão é um tapa na cara das instituições e da população brasileira. A omissão da Câmara dos Deputados diante de um crime político dessa magnitude não é apenas conivência — é cumplicidade.
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