Criminosos armados expulsam empresa de Internet de bairro de São Gonçalo

Um episódio alarmante ocorrido no bairro Rio do Ouro, em São Gonçalo (RJ), escancarou mais uma vez a fragilidade da presença do Estado em algumas regiões da nossa cidade.

Técnicos da empresa LesteTelecomunicações foram abordados por criminosos armados enquanto realizavam trabalhos de manutenção e instalação de internet no local. Os bandidos, que se apresentaram como os "donos da área", ordenaram que os funcionários saíssem imediatamente e informaram que a empresa não tinha autorização para operar na região. Diante da ameaça, os trabalhadores deixaram o bairro, e a empresa suspendeu suas atividades na área por tempo indeterminado.

A ocorrência foi registrada na 75ª Delegacia de Polícia, em Rio do Ouro, mas, segundo relatos da comunidade, esse tipo de situação não é isolada. Casos semelhantes já foram registrados anteriormente em bairros vizinhos, revelando uma prática cada vez mais comum: o controle de territórios urbanos por facções criminosas que não apenas impõem regras à população local, mas também interferem diretamente na economia e na prestação de serviços.

Diante desse cenário, não se pode ignorar a responsabilidade dos gestores públicos. O prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson, foi eleito com a promessa explícita de enfrentar a criminalidade e remover as barricadas que isolam comunidades inteiras sob domínio de facções. Contudo, passados mais de três anos de mandato, os bloqueios não só continuam existindo, aumentaram. E a influência do crime se fortaleceu em várias regiões da cidade. A falta de ações concretas e efetivas por parte da prefeitura revela um abismo entre o discurso de campanha e a realidade enfrentada pelos moradores.

No mesmo sentido, o governador Cláudio Castro tem se mostrado incompetente diante da crescente expansão do poder paralelo em comunidades fluminenses. Apesar das operações pontuais da Polícia Militar, que muitas vezes terminam em confrontos com alto número de mortos e pouca resolução prática, não há uma política de segurança consistente, voltada para retomar esses territórios e garantir a presença duradoura do Estado.

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